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A dor virou gole amargo. Gosto de bebida barata, que permanece na boca enquanto perdura a lembrança do que se tenta descartar com as garrafas vazias… garrafas de que nada mais servem a não ser para deduzir a embriagues de quem sentiu a desilusão descer pela garganta. Entre um gole e outro, a ânsia, como se o corpo rejeitasse a dor que lhe preenche o vazio ocupado outrora por uma alma. Desamparada, a alma escolheu a busca de um amor perdido ao seu próprio corpo e agora percorre a cidade como quem procura um livro deixado no banco de uma praça. Vago, o corpo se ajeita numa calçada imunda, conta as garrafas cheias de nada e compara-se a elas, cerra o punho e ergue a dor engarrafada: “Aos livros perdidos, aos desalmados, aos amores desgraçados... Brindemos” (...)
[tim tim]
7 comentários:
Como sempre ótimos textos Lili!!!
*.*
^^
brindemos!
Tim! Tim!
Bom domingo, aqui no sul muito frio com muita umidade, nada que uma boa taça de vinho não resolva.
Tim! Tim!
Airton.
Bem bebido!
tim tim!
embreaguei-me com seu texto, excelente!
tim tim!!
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